continuação...
... - você aceitaria tomar um café comigo?
O quê?
- Eu não gosto de café...
respondo e observando sua expressão de expectativa desmoronar e se tornar ... o que ?
- Ah claro, me desculpe...
Ele me desarmou totalmente com aquele olhar triste, como se eu o tivesse magoado, mas tudo isso por causa de um café? Não entendo essa pessoa... mas pela primeira vez desde...aquilo, que eu não sinto necessidade de manter distância .
- ..Não gosto de café, mas você poderia me pagar um suco, talvez?
Ele me olha espantado como se não acreditasse no que eu acabei de dizer e ele sorri feito um menino... own!*.*
- Haha, claro... posso te chamar de Nakahara-san?
- Pode...Nagata-san... tento esboçar um sorriso
- Vamos?
Caminhamos até um pequeno café e nos sentamos em uma mesa próxima à janela. Ficamos ali contemplando o vai e vem de pessoas, sem dizer uma palavra. Pedi um suco e ele um café, e o silêncio ainda presente. Será que ele esta desconfortável comigo? Mas o porque desse convite tão repentino?
Porque as flores? Não que eu não goste mas...
- Nakahara-san... eu sei que você deve estar se perguntando o motivo do meu convite, me achando estranho... ele faz uma pausa, pousando os olhos no livro que deixei junto ao buque.
Ele sorri de maneira irônica e retoma a frase... na verdade não sei o que lhe dizer, eu só... queria conversar com alguém.
E então ele fica com uma expressão vazia de cortar o coração. Porque eu? Ele não tem amigos, namorada ou coisa assim?
Mais uma vez ele me desarma e realmente esse efeito me irrita. Eu nem o conheço, porque ele mexe comigo assim? Espera ai, ele mexe comigo?! Meu Deus..
Olho para ele e ele esta com aquele olhar triste... começo a falar sobre meus livros favoritos na esperança de distraí-lo e puxar assunto. Ele me ouve atentamente, meio que fascinado enquanto eu exponho meu ponto de vista. Eu acabo me empolgando e falando por horas, e ele me olha com um olhar sereno de contentamento.
- Ah me desculpe eu acabei falando de mais...
percebo quando vejo que só estamos nos dois no café.
- Obrigado por me contar sobre isso. Eu realmente fiquei feliz.
Sinto o rubor em minha face... Não me olhe assim!
- Nagata-san eu preciso ir, então... até logo.
Me levanto da mesa, pego minhas coisas e caminho até a saída, Nagata-san também se levanta e me segura pelo braço, depois me soltando.
- Espere, eu te acompanho é perigoso uma garota andar sozinha a essa hora.
- Não sou mais uma criança... sei me defender.
Faço beicinho sem perceber e ele começa a rir. Ah eu o faço sorrir!
- Então você me protege..
Caminhamos ate onde moro e nos despedimos. Vejo Nagata-san caminhando e quase que por impulso grito:
- Cuidado para não ser atropelado no caminho de volta....
Ele me olha e abre um sorriso. Então torna a caminhar até que desaparece na esquina. Puxa que dia.
Depois do meu primeiro encontro, por assim dizer, Nagata-san vem me buscar todos os dias depois do meu expediente, e vamos conversando ate meu apartamento. Me sinto mais tranquila em relação a ele.
Durante as nossas muitas conversas ele foi me contando um pouco sobre sua vida e vagamente sobre seu passado. Chihiro Nagata, 29 anos , sua mãe morreu quando ele era um bebê, o pai trabalhava muito e eles quase não se viam, ele foi praticamente criado pelos empregados. Mora sozinho em um apartamento no centro da cidade. Sua personalidade é doce, um tanto triste, mas ele também consegue ser bem humorado quando quer. Nos tornamos amigos eu acho...
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